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um abismo quase

um abismo quase

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Código: 9786588091357
Categoria: Poesia
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O eu-lírico dos poemas de “um abismo quase” tem o que dizer e o diz magnificamente bem. Ou seja, sem efusões sentimentais, sem borrifar as flores da retórica com o orvalho da inspiração, mas, em contrapartida, sem investir maciçamente na forma de modo a convertê-la numa espécie de conteúdo dos poemas, como o fizeram os vanguardistas mais ortodoxos.  Aliás, se as vanguardas foram pródigas na adoção do discurso metalinguístico em detrimento da ”marca suja da vida”, os poemas de Marcel Vieira questionam a vida quer no seu aspecto metafísico, quer na sua feição mais prosaica, mais cotidiana, a exemplo do que ocorre no poema “domingo na praia”, que poderia resvalar para a banalidade, para o meramente trivial, não fosse o sortilégio, o poder transfigurador da linguagem. Mas a poética é, também, objeto de questionamentos do eu-lírico.

          A pedra sempre aparece na lírica de Marcel Vieira, mas longe de repercutir no seu discurso, tornando-o mineral, árido, asséptico, duro, eis que ela é não só amaciada, apurada, como algumas vezes antropomorfizada pela dicção desse poeta que já acrescenta e tem muito mais a acrescentar à poesia brasileira. Em suma, ainda com referência à pedra, o eu-lírico não a quer e tampouco a deseja à imagem e semelhança da pedra cabralina, “como um grão imastigável, de quebrar dente”, cuja tarefa consiste em obstruir a “leitura fluvial, fluviante”, para açular, instigar, a atenção do leitor. Diria, como já o disse a respeito da prosa de Frutuoso Chaves, que os versos dos poemas de “um abismo quase” fluem “mansos e pacíficos como rios canalizados”.

           Não se conclua, no entanto, que os poemas de Marcel Vieira guardem alguma consonância com o lirismo comedido, bem-comportado, com o lirismo funcionário público do poema bandeiriano. Com efeito, se o autor de “um abismo quase” não investe no experimentalismo e está longe de ser um iconoclasta, longe está do conformismo, da passividade, do academicismo, no que tange ao construto de sua poética. É um construtivista. E, como tal, funde e inter-relaciona a tradição com a renovação, o que quer dizer que não rejeita as conquistas das vanguardas, embora as incorpore parcimoniosamente, sem pirotecnias.   

Sérgio de Castro Pinto            

AcabamentoBrochura
Páginas136
Data de publicação01/10/2021
Formato21 x 14 x 1
Lombada1
Altura0.6
Largura14
Comprimento21
Tipopbook
Número da edição1
Classificações BISACPOE000000
Classificações THEMADC
Idiomapor
Peso0.24
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