Nesta obra de teor político, econômico e social, Léon Denis se lança ao desafio de aplicar os princípios do Espiritismo para auxiliar na resolução dos problemas da sociedade. Vê-se, de início, que o Espiritismo e o Socialismo estão conectados profundamente, se não tanto pelos métodos sugeridos pelos diversos teóricos socialistas para implantação desse sistema, certamente por suas aspirações generosas e justas para a sociedade. Todas as reivindicações dos trabalhadores da época, que eram defendidas pelo Partido Socialista francês, são consideradas perfeitamente "legítimas" e em consonância com a ética fraternal cristã. Uma sociedade espírita realizada, acabada, seria, na prática, socialista: "O Espiritismo não é senão o socialismo etéreo", afirma Léon Denis. A ética cristã, bem entendida e praticada, resulta num socialismo libertador e produtivo, tanto materialmente quanto intelectual e espiritualmente. Mostrando-se expressivamente sensível com a causa operária, por sua vivência familiar em meio a essa classe e por seu contato com diversos grupos trabalhadores, o autor não fecha os olhos para as mazelas que sofre o povo na labuta diária. O Socialismo, que se importa com transformar as condições precárias de vida dos trabalhadores, isto é, da maioria da população do globo, está alinhado com a elevação moral e espiritual da proposta pelo Espiritismo. Por fim, comunicações espirituais do fundador do Partido Socialista francês, Jean Jaurès, arrematam o assunto do ponto de vista espiritual.